O adolescente Enzo André Alves da Silvaporcentagem do fortune tiger, 17, caiu da moto ferido com um tiro na cabeça. Era madrugada do dia 25 de fevereiro de 2024 e ele estava saindo de uma festa no distrito de Jundiapeba em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.
Seu amigo, que dirigia a moto, foi ferido com um tiro de raspão. Enzo chegou a ser socorrido mas não resistiu aos ferimentos.
Os detalhes são condizentes com um caso de homicídio. No entanto, pelo fato de não haver a identificação do autor dos disparos, a ocorrência foi registrada inicialmente pela Polícia Civil como "morte suspeita".
Essa categoria é destinada a situações em que as autoridades não conseguem determinar, a partir das primeiras informações, se uma morte é resultado de suicídio, acidente ou provocada intencionalmente por outra pessoa.
Marca de tiro na janela de uma casa em Santos, no litoral paulista, onde um homem foi morto; país tem 5,9 mil homicídios fora dos registros oficiais, segundo Ipea - Zanone Fraissat - 3.ago.23/Folhapress fortune tigerMenos de dois meses depois, a polícia já tinha identificado o autor do tiro que matou o adolescente. Era o dono do estabelecimento onde a festa ocorria. A investigação apontou que ele estaria irritado com o barulho dos escapamentos de motocicletas ao lado da festa, e teria disparado a arma contra os dois adolescentes, que estavam se afastando do local.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou que a ocorrência foi corretamente classificada como homicídio doloso e tentativa de homicídio no Sistema Estadual de Estatística Criminal, e que os dados e informações não pessoais estão disponíveis na plataforma SPVida.
jogo do tigreJovem, sexo masculino, pele negra, baixa escolaridade, morto em via pública e com arma de fogo. Essas são características que, em quase todos os casos, aumentam muito as chances de tratar-se de homicídio doloso. No entanto, dados do sistema de saúde mostram milhares de casos com essas características —e com outras que também indicam homicídio— que não são registradas dessa forma.
A conclusão é da pesquisa Atlas da Violência, elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"Você ficaria surpreso com a quantidade de registros de mortes violentas com causas indeterminadas cujo instrumento foi perfuração por arma de fogo", diz Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea que ajudou a desenvolver a metodologia para estimar os homicídios ocultos. "O instrumento é uma variável importante. Se o cara morreu por arma de fogo, há uma chance muito grande de ter sido homicídio. Claro que pode ser suicídio, e por isso a segunda variável é o local: se foi em casa, se foi em via pública."
Depósitos relâmpagos via pix - Deposite, jogue e divirta-seFaça sua aposta no Brasileirão — Duplicamos o seu depósito até R$1000. Clique, aposte em jogos do Brasileirão e ganhe bônusPara conseguir classificar cada caso, o Ipea compilou as características de todas as mortes violentas no país desde 1996 —um total de 3,6 milhões de registros. Cada um deles contém dados sobre o local da morte, arma, idade da vítima, sexo, cor da pele, escolaridade e estado civil, por exemplo.
Com isso, o instituto conseguiu traçar os padrões de homicídios, suicídios e acidentes de cada região do país. Isso foi feito por meio de programas de computador que analisaram os dados de todas as ocorrências, para identificar as características mais comuns dos homicídios entre as chamadas mortes violentas por causa indeterminada.
Os dados reunidos na publicação são coletados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)—dados de violência de notificação compulsória— do Ministério da Saúde. Os últimos dados disponibilizados pela pasta e aferidos pelo Ipea são de 2022porcentagem do fortune tiger, e foram publicados em junho deste ano.