A destruição em larga escala provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul nos últimos dois anos impôs ao estado o desafio de tirar do papel um plano de reconstrução em múltiplas frenteshorarios pagantes do fortune tiger， que envolve habitação， infraestrutura e resiliência climática.
O governo federal já reservou quase R$ 47 bilhões em despesas com obras， transferências de renda e garantias a novos empréstimos. O governo estadual injetou outros R$ 4，1 bilhões e deve direcionar mais R$ 11 bilhões， poupados com a suspensão do serviço da dívida com a União， para ações de recuperação.
A disponibilidade imediata de recursos， porém， não é suficiente para ditar o ritmo da reconstrução. Há gargalos operacionais: faltam máquinas suficientes para executar as obras nas cidades atingidas; algumas licitações para construção de casas， feitas ainda em 2023， nem sequer receberam propostas; empresas demoraram a conseguir， de fato， acessar linhas de crédito.
Rastros de destruição das enchentes de maio na cidade de Roca Sales， no Vale do Taquari， RS
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Pedro Ladeira - 03.set.24/Folhapress
"Embora tenha um fundo para reconstruir， leva tempo. Requer juntar as máquinas， as pessoas， ativar o setor da construção para que ele faça de forma mais rápida essas reconstruções. Tem um gargalo"， afirma o pesquisador Martinho Lazzari， da divisão de análise econômica do DEE (Departamento de Economia e Estatística)， órgão estadual.
O pesquisador Fernando Fan， professor do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)， diz entender que há questões burocráticas do setor público， mas avalia ser possível dar uma resposta mais rápida.
"Tem coisas que deveriam ter sido feitas lá em 2023， ou pelo menos aceleradas naquele momento， que agora estão saindo. Estamos atrasados"， afirma Fan.
Reconstrução Gaúcha
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Apesar do avanço mais lento que o desejado， os recursos despejados na economia gaúcha， na forma de auxílios (que impulsionaram as vendas de material de construção e eletrodomésticos) e investimentos em obras emergenciais， são o motor que ajuda a sustentar a retomada.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)， o estado acumula uma abertura de 79，9 mil novos postos de trabalho com carteira assinada no ano até outubro.
O índice de atividade do estado， medido pelo Banco Central， acumula uma alta de 3% nos 12 meses até setembro， em linha com o resultado nacional. O resultado do indicador é uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto).
Depósitos relâmpagos via pix - Deposite， jogue e divirta-seFaça sua aposta no Brasileirão — Duplicamos o seu depósito até R$1000. Clique， aposte em jogos do Brasileirão e ganhe bônus Folha MercadoA retomada， porém， não é homogênea. Em setembro， o comércio varejista gaúcho operava 4，9% acima do nível de abril de 2024 (antes da enchente). Enquanto isso， a indústria no estado ainda estava 0，3% abaixo do nível de abril， e os serviços， com uma perda de 9，6% na mesma comparação， segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) compilados pela Fecomércio-RS.
Técnicos gaúchos ressaltam ainda que há uma diferença entre PIB， soma de bens e serviços produzidos num determinado período， e riqueza， que reflete o patrimônio acumulado das famílias e das empresas. A reconstrução do estado gera um efeito positivo no PIB， pois a produção está aquecida. No entanto， individualmente， uma pessoa que perdeu sua casa tem uma grande perda de patrimônio e bem-estar.
Por isso， economistas locais afirmam que a recuperação da atividade econômica， embora importantehorarios pagantes do fortune tiger， não é suficiente para concluir que o desafio foi superado. A grande incógnita é como o PIB do estado vai se comportar quando esses estímulos acabarem.